Somos condicionados, desde nossa infância, a acreditar que as formas de organização de nosso cotidiano pertencem naturalmente a uma misteriosa esfera superior, o Estado, ou aos poderosos interesses da especulação imobiliária. Para conquistarmos melhorias na qualidade de vida, cidadania e democracia afetivas, é necessário resgatar a força da comunidade, o chamado “poder local”. Um mecanismo de ordenamento político e econômico que já deu prova de eficiência, em particular nos países desenvolvidos.
Ladislau Dowbor nasceu na França, em 1941, de pais poloneses que emigraram para o Brasil depois da Segunda Guerra Mundial. Passou a infância em João Monlevade, onde seu pai era engenheiro da Belgo-Mineira. Em 1956 radicou-se em São Paulo, onde vive até hoje. Em 1964 viajou para a Suíça, onde se formou em economia política, pela Universidade de Lausanne. Voltou ao Brasil em 1968 e participou ativamente do movimento de oposição ao regime, sendo banido em 1970. Passou 11 anos no exilio. Durante esse período, viveu dois anos fazendo pesquisa na Argélia, três anos na Polônia, onde se doutorou em ciências econômicas pela Escola Central de Planificação e Estatística de Varsóvia, e dois anos em Portugal, onde foi professor da Universidade de Coimbra. Em 1979, foi nomeado conselheiro técnico principal das Nações Unidas para a Planificação do Desenvolvimento, participando de negociações com o Banco Mundial, FMI, Comecon e outros organismos internacionais. A partir de 1979, trabalhou como consultor do secretário-geral das Nações Unidas para assuntos de economias em crise. Anistiado, voltou ao Brasil em 1981, e trabalha atualmente como professor titular em economia e administração na pós-graduação da PUC de São Paulo. É autor de cerca de 40 livros próprios e em colaboração.
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