“Quando vemos a expansão das bases de dados, a constituição de bancos de informações, livros, artigos, citações, e com o advento da internet, as revistas em linha, tudo isso, conjugado prioritariamente em inglês, tem-se a falsa impressão de que tal abrangência é sinal de universalidade. Publicar algo citado em inglês não seria pois o resultado da expansão do circuito, de sua amplificação territorial, mas a condição primeira do pensamento. Escrever em outra língua deixa também de significar estar circunscrito a uma determinada forma de expressão, tal condição é percebida como um localismo, uma limitação. Global english torna-se universal english. Temos assim não apenas uma hierarquia entre os idiomas. Marcando a desigualdade existente entre eles, um elemento sutil de segregação intelectual se instaura. A homologia postulada entre local-global, particular-universal, rebaixa as outras interpretações à posição subalterna de localismo. Convenientemente esquece-se que o cosmopolitismo não é atributo necessário da globalidade, e que o particularismo do pensamento enuncia-se, tanto em dialeto quanto em linguagem mundial, pois na condição da modernidade-mundo, é perfeitamente plausível, e corriqueiro, ser globalmente provinciano”.
Renato Ortiz nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 1947. Estudou na Escola Politécnica (USP) entre 1966 e 1969. Formou-se em Sociologia pela Universidade de Paris VIII e doutorou-se em Sociologia e Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris).
Foi professor da Universidade de Louvain (1974-1975), da UFMG (1977-1984) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP (1985-1988). Atualmente é Professor Titular do Departamento de Sociologia da Unicamp. Foi pesquisador do Latin American Institute da Universidade de Columbia, do Kellog Institute de Notre Dame, professor visitante da Escuela de Antropologia, no México, e Titular da Cátedra Simon bolívar do Institut des Hautes Études en Amérique Latine.
É autor dos livros A Consciência Fragmentada (Paz e Terra), Pierre Bourdieu (Ática), Cultura Brasileira e Identidade Nacional (Brasiliense), A Moderna Tradição Brasileira (Brasiliense), A Morte Branca do Feiticeiro Negro: Umbanda e Sociedade Brasileira (Brasiliense), Cultura e Modernidade (Brasiliense), Românticos e Folcloristas (Olho D’Água), Mundialização e Cultura (Brasiliense), Um Outro Território: Ensaios sobre a Mundialização (Olho D’Água), O Próximo e o Distante: Japão e Modernidade – Mundo (Brasiliense) e Mundialização: Saberes e Crenças (Brasiliense).
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