Formalmente banida dos sistemas penais modernos, a tortura nunca deixou de ser praticado em países periféricos como o Brasil, e em países com sólida tradição democrática, está sempre voltando. No rastro do terrorismo islâmico, os EUA adotaram a sua prática. Entre nós, a recepção calorosa ao filme Tropa de elite mostra a que níveis pode descer a sensibilidade de uma população acuada pelo medo. Num tal contexto, a tortura volta a ser teorizada e até aplaudida. Todavia, ela continua sem direito de cidadania na polis moderna. Com raríssimas exceções, a tortura se dá de forma clandestina e o seu nome continua sendo escamoteado por contorções de linguagem. Há, nesse eterno retorno, razões para desesperar; mas, pensando no fato de que a prática da tortura permanece envolvida pela vergonha, há também motivos para crer que vale a pena continuar a luta contra a sua diabólica eficácia.
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